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domingo, 19 de maio de 2013

  Era manhã de primavera. Ela estava lá, sentada no mesmo banco que fica todas as manhãs. Ela. A morena dos olhos verdes. Talvez eu devesse puxar assunto, já que, eu acho, ela percebeu que eu a namoro de longe todas as manhãs, sem mesmo saber seu nome. A única coisa que eu sei é que ela sempre está ali exatamente as 10:00 horas da manhã, deve trabalhar não muito longe dali da Redenção.
  Acho que tenho que começar a tomar mais coragem... Mas e se? Se ela me achar cara de pau? E se a única coisa que eu levar for um fora? Não sei, mas acho que vou arriscar, fazer o que meu coração mandar, só desta vez.
  Chego devagar perto do banco. Essa guria é mais linda ainda olhando de perto! Me sento no banco, ao seu lado.
  - Oi! Me chamo Lucas... Te vejo sempre por aqui, qual seu nome?
  - Ah, oi, Lucas... Me chamo Maria Eduarda. Já reparei que seguido te vejo aqui também...
  Sim, eu sabia que ela também havia reparado em mim. E também, como não reparar? Eu a observo todas as manhãs, e talvez não tenha me tocado que isso deve ser um tanto quando constrangedor.
  Reparei que ela segurava um livro do Nicholas Sparks em sua mão direita. Será que ela é do tipo que fica imaginando príncipes antes de dormir? Não, ela deve ter idade demais pra isso. Reparei também que em sua outra mão ela segurava um celular, daqueles bem simples mesmo, pra quem não faz muita coisa além de ligações. Acho que devo pedir o número de seu celular. Sua voz é doce. Adoraria escuta-lá mais vezes...
  - Desculpa a pergunta... Mas você se sentiria muito ofendida caso eu pedisse o número de seu celular?
  - Oh! Não, capaz, -ela sorriu de canto, e que sorriso mais lindo!- é este aqui.
  Ela pegou um pedaço pequeno de papel e uma caneta e começou a anotar o número. Enquanto ela anotava eu só a observava, meio sem acreditar que eu finalmente tomei coragem para falar com ela.
  - Bom, Lucas, eu vou indo... Tenho que trabalhar. Se quiser, pode me ligar depois das seis, iria adorar te conhecer, guri!
  - `Pode deixar que eu ligo sim, bom trabalho pra ti, Maria. Até mais.
  Nos despedimos, e cada um foi para um canto.
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